quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Rir da tristeza

A vida de quem escreve também deve ter sonhos, deve sim ser um sonho escrever. Mas também pode distanciar do sério e peso da intelectualidade e arrogância de ser compreendido por todos e mais ainda, do peso de querer dizer o que se pode ser dito com angústia e dizer com humor.
 Escrever deve ser um brinquedo, sair do sério e querer atingir o prazer e sua suavidade. Antes de amar o que escreve deve atingir o riso, o que seria mais do que amar a escrita. Falar com riso e aplicar isto no escrever é ter sensualidade e dinâmica com leviandade. Porque falar o que é sério pode ser ironia sem percepção do escritor, mais no olhar do bufão pode ser a oportunidade de rir do quê escreve.
Não demora por exemplo de dizer com humor o que morbidamente pode ser dito. Dizer que o sofrimento é bom poderia ser incompreendido caso fosse falado de um modo simples melancólico, sem pensar profundamente de que isto pode ser puro capricho de quem ama. Mas falar que todos sofrem e que isto também pode ser dito com riso, é atravessar barreiras e ser compreendido melhor.
 Nelson Rodrigues dizia o que era complicado se dito no cotidiano com bom humor, sem o peso das melancolias do ato da vida. Dizia o que teria pra ser dito e sua seriedade era leviana, mas compreendida. Encontrar riso na dor era a forma de sofrer, amar e rir de si.
Não levar a serio o sofrimento é abrir caminhos pra felicidade e rir de tudo que é passageiro. Não há erros nisto se escolher este caminho, e nem se encontrar outro por exemplo a melancolia.

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