sábado, 20 de setembro de 2014

A petulância do poeta e sua ficção

Não ouço ninguém exigir a verdade nas reais linhas escritas quando se vê um poeta escrever seus versos. Me parece conveniente todo sentimento lido nas frases que entendo nos versos na poesia. Nós os ocidentais, criado na cultura da verdade absoluta, sentimos a obrigação de exigir a toda hora a verdade, mesmo assim temos o hábito de dar sentido também nos versos sejam escritos por nós mesmos, ou observar em outros escritos os possíveis sentimentos narrados. O que quero dizer que a verdade posta nas linhas nos versos de qualquer poeta, em si pode facilmente justificar a ficção, na arte, em especial na poesia é superado o mito de que pode ter nestas linhas a inverdade. A inverdade superada se torna uma possível verdade. O poeta em sim pode se determinar na petulância de sua imaginação quando descreve seus sentimentos. Ele usurpa qualquer sentimento e leva a isto sem fazer notar ao leitor a pensar no que pode ser a verdade. Ninguém vigia seus atos, recobra dele a verdade, é nem exige dele qualquer testemunhos dos fatos escrito por ele que seja verdade.
O poeta quer trazer qualquer sentimento, é dele o explorar da imaginação de quem se lê,  e dá a ele, a possibilidade de espelhar se na arte, e arte é o nome que se dá quando se escreve poemas, e se traz nisto o mito que lá, no caso a arte tem o propósito de revelar qualquer sentimento, este sentimento espera ser o veredito de qualquer sentimento. Quem o lê põem naquilo escrito a possível narração dos sentimentos. Nisto se confundi todos os sentimentos,  e as vezes não se traz realmente a verdade absoluta narrada. Posso somente imitar aquilo de outro,  e fazer daquilo o espelho de outra pessoa. O poeta é Ninguém mais do que um roteirista, um ficcionista. Ninguém fica atrás do muro,  ou mesmo em frente da casa do poeta recobrando a verdade escrita. Antes lê qualquer que for a forma da fonte de sua escrita, nem imagina se que lá se contêm a verdade,  no caso a verdade absoluta.
Não se vai a juízo, e nem a processo exigir das palavras do poeta a verdade que exigimos em outras circunstâncias.
Na ciência, ou até mesmo nas religiões exige se a verdade absoluta. O cientista pode sofrer em juízo conforme for a forma que usar da verdade da sua ciência, mesmo fazendo de sua ciência o bem de muitos. No mesmo se exige das religiões, sempre a verdade. Claro que destes dois últimos, se permite algum exagero, mas mesmo assim os fatos que se permitem exageros os olhos de sua comunidade está sempre de olhos abertos, sem contar das suas outras versões de outras comunidades, que ali pode replicar versões diferentes contestando verdades em questão. Do poeta não, todos viajam em suas palavras e vão ao sabor de suas invenções mirabolantes dos sentimentos então narrados, sejam eles o quais forem.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O cotidiano e sua ironia

Nas novelas de Balzac e os versos de Drummond de Andrade quase não é notada a ironia nas palavras, e  com gelo vai minando a percepção do leitor desatento e que vai gerindo com normalidade a ética do sofrimento. Sofrer é também ético e sóbrio, é delicado todos os dias falar de sofrimento. O sofrimento traz com julgo nostalgia e mantém o prazer. E com prazer que o neurótico vai levando todo o sabor do sofrimento. E dele que ele precisa pra se queixar de tudo que senti. É quase que ele o neurótico, ajoelha pedindo o sofrimento a sua volta se caso desconfia que ele está preste a acabar. Recorrer a outros artifícios também é provável que a busca pode acontecer.
Mas aqui o leitor atento que percebe a ironia de quem escreve vai deixando o sofrimento imaginado pelo leitor desatento, e vai rindo do que encontra em si semelhança. Rir em silêncio, rir com seriedade mas aliviado em saber que encontra no sofrimento e em qualquer circunstância a irônica feição do dia a dia.
Em Balzac principalmente, começar a amar e admirar a dor é sempre possível. Não somente a dor em amar, mas também o cotidiano estarecedor, angustiante, supérfluo, desonante e precário, anormal e fútil. Alimentar a dor e escolher em si própria a convivência e manter as mãos juntas, não é somente sacrifício, é também a prova que ela mesmo detestável é legítima.

Rir da tristeza

A vida de quem escreve também deve ter sonhos, deve sim ser um sonho escrever. Mas também pode distanciar do sério e peso da intelectualidade e arrogância de ser compreendido por todos e mais ainda, do peso de querer dizer o que se pode ser dito com angústia e dizer com humor.
 Escrever deve ser um brinquedo, sair do sério e querer atingir o prazer e sua suavidade. Antes de amar o que escreve deve atingir o riso, o que seria mais do que amar a escrita. Falar com riso e aplicar isto no escrever é ter sensualidade e dinâmica com leviandade. Porque falar o que é sério pode ser ironia sem percepção do escritor, mais no olhar do bufão pode ser a oportunidade de rir do quê escreve.
Não demora por exemplo de dizer com humor o que morbidamente pode ser dito. Dizer que o sofrimento é bom poderia ser incompreendido caso fosse falado de um modo simples melancólico, sem pensar profundamente de que isto pode ser puro capricho de quem ama. Mas falar que todos sofrem e que isto também pode ser dito com riso, é atravessar barreiras e ser compreendido melhor.
 Nelson Rodrigues dizia o que era complicado se dito no cotidiano com bom humor, sem o peso das melancolias do ato da vida. Dizia o que teria pra ser dito e sua seriedade era leviana, mas compreendida. Encontrar riso na dor era a forma de sofrer, amar e rir de si.
Não levar a serio o sofrimento é abrir caminhos pra felicidade e rir de tudo que é passageiro. Não há erros nisto se escolher este caminho, e nem se encontrar outro por exemplo a melancolia.

Minha primeira postagem

Me sinto um garoto novo e capaz de admirar qualquer novidades que a tecnologia nos dá a toda hora. Imagino como seria a vida de gente como Nelson Rodrigues e Clarice Lispector e outros como Hilda Hilts que teriam a comodidade da tecnologia.Como seria melhor acessados,  e posteriormente mais lidos e a cultura seria mais acessada.
Mas nós simples levianos da escrita podemos dizer o que queremos é ser acessados e pior ser acessados com facilidades.
Cagadas em sonetos tem esta obrigação de rir dos mortos poetas e escritores,  porque eles esnobaram em suas profissões ao serem reconhecidos como intelectuais.
Cagadas em sonetos não pode ser levado a sério. Quem a assim fizer será considerado como louco.